O levantamento feito pela Unafisco Nacional sobre a defasagem na tabela do Imposto sobre a Renda (IR) de 2022 ganhou repercussão no programa Edição das 18h, da GloboNews. O noticiário da emissora destacou, em 11/1, que a não atualização, pela inflação, das faixas de renda sobre as quais incide o IR significa aumento de imposto para a população.
De acordo com os cálculos da Unafisco, já considerando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2021, que fechou em 10,06%, a tabela do Imposto sobre a Renda deveria ser corrigida em 134,53%.
Mais imposto. A repórter Bianca Lima ressaltou que, segundo o estudo da entidade, a defasagem na tabela representa cobrança de R$ 164,5 bilhões de imposto a mais neste ano.
Em entrevista para a jornalista, o presidente da Unafisco Nacional, Auditor Fiscal Mauro Silva, afirmou que cada 0,5% de inflação significa R$ 3 bilhões a mais nos cofres públicos só de Imposto sobre a Renda. “A inflação é um mecanismo que corrói os salários, mas para o próprio governo acaba representando um alívio, infelizmente. E para aqueles que estão pagando muito Imposto de Renda, é um sacrifício ainda maior.”
A GloboNews mostrou que, conforme o levantamento da Unafisco, caso houvesse a correção de 134,53% na tabela do IR, a faixa de renda isenta da cobrança subiria dos atuais R$ 1.903,98 para R$ 4.465,34. Desta forma, 15,3 milhões de brasileiros deixariam de pagar IR, em 2022.
O apresentador do Edição das 18h, jornalista César Tralli, lembrou que uma das promessas de campanha do presidente da República era fazer a atualização da tabela do IR. “Já estamos no último ano do mandato dele e até agora absolutamente nada”, disse.
A notícia, disponível para assinantes GloboPlay, pode ser assistida na íntegra a partir de 1h29min13seg. Confira aqui.
Repercussão na Veja
O colunista da Veja, José Casado, também repercutiu o estudo da Unafisco e classificou o não reajuste da tabela do IR como “perversidade à brasileira”.
No texto, publicado em 12/1, ele destacou duas simulações feitas pela entidade sobre o impacto da não correção da tabela no bolso dos brasileiros e na desigualdade distributiva. “Quem ganha R$ 6 mil vai pagar valor 562% maior do que deveria, equivalente a R$ 662 por mês. E quem recebe R$ 10 mil pagará 146% a mais. Quanto menor o ganho, maior o peso do imposto. Quanto maior a renda, menor a tributação. É perversidade à brasileira.”
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